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Confirmado no RS o primeiro caso de influenza aviária em granja comercial do Brasil
Ministério da Agricultura informou que foco foi encontrado em Montenegro. País decretou estado de emergência zoossanitária por 60 dias
Publicado em 16/05/2025 às 15:34
Atualizado em 16/05/2025 às 16:13
Capa Confirmado no RS o primeiro caso de influenza aviária em granja comercial do Brasil

O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou nesta sexta-feira (16) a detecção de um caso de influenza aviária em aves comerciais do Estado. Trata-se do primeiro caso encontrado em granjas comerciais do Brasil.  3m4d6d

Segundo a pasta, o caso da doença foi detectado em Montenegro, no Vale do Caí. A propriedade é destinada à criação de galinhas matrizes, ou seja, para a produção de ovos férteis (aqueles comercializados para desenvolver animais de corte).

Ao todo, cerca de 17 mil animais estavam em dois galpões da granja. No primeiro espaço, 100% das galinhas morreram. No segundo galpão, a mortalidade foi de 80%. As aves remanescentes foram sacrificadas.

Em razão disso, foi decretado estado de emergência zoossanitária por 60 dias. Assim, a venda do produto do país para a China fica suspensa por 60 dias. O embargo temporário e automático está previsto no protocolo de exportação entre os países.

— Então, a partir de hoje (sexta-feira), por 60 dias, a China não estará comprando carne de frango brasileira — afirmou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à TV Centro América, nesta sexta-feira (16).

Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa, mas não havia foco em aves comerciais no Brasil. 

— Há dois anos, em maio de 2023, tivemos o primeiro caso no Brasil em aves silvestres. E ainda assim, conseguimos segurar dois anos sem entrar em granjas comerciais. Em nenhum lugar do mundo também aconteceu isso. Quando chegou em aves silvestres, poucos dias depois, chegou em granjas comerciais — destacou Fávaro.
 

O governo alerta que não existe risco de transmissão da doença pelo consumo da carne ou de ovos, mas traz importante impacto financeiro para o Rio Grande do Sul.

"O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas", diz trecho da nota do ministério.

Risco para humanos
Apesar do impacto econômico, autoridades alertam que a influenza aviária, popularmente conhecida como gripe aviária, não oferece riscos à  saúde humana, sobretudo por meio do consumo da carne de aves e de ovos.

Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) destacou que não há qualquer restrição ao consumo dos produtos. Afirma ainda que o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo, ocorrendo, em sua maioria, entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou, em entrevista para a TV Centro América, que não é preciso "ter qualquer tipo de pavor":

— Podem, tranquilamente, continuar consumindo e devem continuar consumindo carne de frango e ovos com tranquilidade. O risco, e há um risco de contaminação, é nas pessoas que manuseiam o animal contaminado, os tratadores, as pessoas que vão recolher. Por isso, tem de ter um protocolo mais rígido.

O médico infectologista do Hospital Moinhos de Vento Paulo Gewehr reforça que não há risco de contaminação pelo consumo de frango ou ovos. Ele alerta, no entanto, que o leite cru pode, sim, transmitir a doença.

— Se for pasteurizado, não há problema — completa.

Entenda:
Transmissão de aves para humanos — ocorre principalmente por exposição direta a aves infectadas ou por inalação de partículas virais presentes em suas excreções
Transmissão entre humanos — conforme destaca o especialista, essa forma de transmissão é extremamente rara. Quando ocorre, está associada a contato próximo, prolongado e desprotegido, sendo considerada limitada, ineficiente e não sustentada
Nota oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária
"O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quinta-feira (15) a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em matrizeiro de aves comerciais. A detecção ocorreu no estado do Rio Grande do Sul, no município de Montenegro.

Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil. Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa.

O Mapa alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).

As medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população.

O Mapa também está realizando a comunicação oficial aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil.

O Serviço Veterinário brasileiro vem sendo treinado e equipado para o enfrentamento dessa doença desde a primeira década dos anos 2000.

Ao longo desses anos, para prevenir a entrada dessa doença no sistema de avicultura comercial brasileiro, várias ações vêm sendo adotadas, como o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, ações de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil.

Tais medidas foram cruciais e se mostraram efetivas e eficientes para postergar a entrada da enfermidade na avicultura comercial brasileira ao longo desses quase 20 anos."

Fonte: GZH
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